Rodeada de símbolosVejo a alegria estampadaNo estouro dos fogosFesta de São JoãoNum canto qualquer do céuBrilha uma solitária EstrelaRaios de sol que se escondemBrisa fria que se faz mornaTu que alimentas plebeusNão te sabes que és rainha!?De um reino longínquo viestesMas tu não te sabes ao certo dondeClarins que ressoam bemóisNo sustenido eco da vida entre luas e sóisTocam-te harpas e violinosEnquanto o meu desejo repica entre sinos...Tu que és a bela da noiteE embeleza a vida em diasTu és a flor que perfuma as tardesExalando o cheiro da madrugadaOh perfume sem igual: Dama-do-diaExalado cheiro da vidaQue se mistura ao som inaudível da cançãoSem letra e melodia quando chegasSobre o leito do ItajaíTudo pára e descansaMúsica da lembrançaSol frio repousa mansoÁguas que de tão cristalinasMultiplica o revoar dos pássarosQue ensaiam coreografias e dançasPoesias, assobios, cantos e rimas.Ali também as capivaras se banhamSecam-se enquanto olham o espelho d’águaEnquanto quaram ao solPara aquecer a sua liberdadeNeste intervalo: um vácuoNo hiato melódico da cançãoSomente os pássaros pretos pedem licençaPoética de rolinha que invade sutilmente o espaço Dá para sentir a respiração fria do rioA liquidez da umidade do ar que molha a terraNada é relativo no absolutismo da poesia concretaQue extrapola o solo rijoCimento que se transforma em leitoCamada de névoa que beija o chão e galhoCada gota de orvalho se evade do colo da naturezaSuor da terra que brita lágrimaAcima tudo é sol e raio: alvorada e ocasoOuro que invade plantação e reproduzE tu que te escondes debaixo de adornosNa harmonia da interação das forças da natureza me conduzTu que sintetizas cada fala com sorrisoDepois tu te escondes atrás das paragensMas nada consegue afastar do pensamento a lembrançaSorriso sem igual que se põe na cabeceira do rioPlanta fêmea que se confunde com o cioCheiro da terra e da águaQue enche a boca e o desejar poéticoRaiz da terra que brota em Blumenau
quinta-feira, 26 de junho de 2008
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