terça-feira, 24 de junho de 2008

MEL & FEL

Para meu amigo Gilberto (Giba, vulgo o chatão)
Navegar sem limites dentro de si mesmoSe todo homem é uma ilhaOnde é a fronteira perdida da dualidade?Ser que convive com o estado exaltado de humorSer barroco que habita o meu serAcelero emocionalmente na arrancada de zero a cemTudo em segundos, mas sempre querendo ser o primeiro:A sorrir... A chorar... A sentir... Mas existe o Outro: imaginário ser real que sou eu mesmo.Acompanhante de viagem que nunca se calaFalo mesmo quando me silencioDesejo fêmeo sem cio, fogo sem centelha ou pavio...Acordado sonhar invertido do devaneio: manias...Se viver pesa mais que o corpoTu vives em mim mesmo quando vais emboraAtemporal mudança de maus presságiosNuvens claras que se escurecem negras no lumaréu do diaNão na face das donzelasNão na cama que se transforma em celaNão no gosto do lítio ou qualquer antidepressivo Não do ser barroquino góticoTu és a tormenta da lucidez alheiaAbelha presa sem mel e teiaSou o amargo da língua e os olhos que borbulhamBoca que seca lacrimejaMel servido em tulipasAcácias que encontro-te em Latânias de felSer bipolar que vive na terra o céu...
Poema publicado na III Antologia do Portal CEN - Blumenau: Nova Letra Gráfica & Editora, junho de 2008.

Nenhum comentário: